quinta-feira, 26 de julho de 2007

COLHE-ME


Colhe-me como uma flor
Com beijos...
Acolhe-me no teu regaço
Sou simples e bela
Como um pedaço de luar...
Sou gota cristalina de orvalho...
Deixa-me molhar teus lábios
Com meu néctar de céu
Colhe-me como um beija-flor
Que suga o mel doce
Com carinho e com certeza...
Bate tuas asas só pra colher
O que em mim é sabor...
Olha amor, com que cores lindas
Eu me enfeito...
Sente o perfume que se derrama
E emana de cada pétala...
Nessas vestes macias
Pele branquinha,
Feito chão de estrelas,
Podes dormir o sono bom
Que vem depois do amor
Colhe-me o beijo
Doce ou de desejo
Que eu te dou...
Sou flor que se orvalha
Quando pousas em mim
Há tanta essência
Que de mim exala
Quando recebo em dobro a paga
De te amar assim!

sábado, 14 de julho de 2007

DEIXA....


Deixa...

O riso solto de ontem,
Nesse agora feneceu...
Dores do corpo, dores da vida...
Prenuncio de despedida entre tu e eu?....
Hoje quero deitar-me no teu colo...
Só peço-te que me afagues...
Não queiras ardentes carícias...
Deixa que minha mão deslize
Suavemente
Em tua pele amada
Quero ver teu rosto num sorriso
Quero saber-te de olhos fechados...
A lembrar que gostamos de ternura...
Que somos carentes humanos...
Deixa que nosso encontro seja
A mais singela leveza...
Falemos da lua, do sol
Da beleza que há em nós
Que reluz também no mundo afora.
Deixa que a aurora nos desperte
Nesse enleio, abraçados...
Quero sentir-te ao meu lado
Ouvir o teu coração bater...
Deixa chegar o dia e entardecer
E depois a noite reinar...
Quero ver-te o rosto lindo,
Iluminado ao luar...
Olhar o céu calmamente
E ver o manto de estrelas
Deixar que o vento travesso
Despenteie-me os cabelos...
Mais tarde de tanto amor “ternurento”
Descansados...
Poderemos acender a chama
Do desejo e enamorados,
Sem conter os sentimentos,
Sem pensar no que não dá
Sem negar o que nós somos
Nada possa impedir
De nos dizer “eu te amo”
Pra então deixar fluir
Por mares nunca dantes navegados
A paixão contagiante
Dos amantes-namorados!


quinta-feira, 5 de julho de 2007

VESTIDA DE ÉTER


Vestida de Éter
A ti vou dizer uma coisa
Não estranhe a rima
Ou a pobre fala minha...
Não estranhe...
Queria bem me vestir de lua
E caminhar branquinha
Serena e nua,
Vestida de éter pela rua
Tranqüila e sozinha...
Não olharia dos lados
Pra averiguar olhos deslumbrados
Ou expressões de espanto...
Andaria assim...
De bem comigo
Até cansar os pés
E a mente desfazer os nós...
Ah! Nem me pergunte por que o faria
Na noite iluminada de lua
Eu nua na rua
Quase vazia...
Talvez cansei de apetrechos
Não sou boa em jogos
Falta-me a malícia de berço...
Quero ver se aprendo a estrada
Pra não tropeçar na mesma pedra
E ficar ralada...
Talvez tenha que ir e vir
Pra aprender o que dói em mim
E me esquivar...
Pois não se precisa romper
Com o corpo
As pedras do caminho...
Quero caminhar nua a dizer...
Olha: no fundo somos iguais...
Seios que dão mel
Olhos e boca,
Metade de um céu
Sem estrelas
Pernas rosadas
Pés no chão...
Acho os meus lindos
A caminhar pela estrada
E combinam com as mãos...
Olha a moça que passa
Espia com que graça caminha...
Pode chorar, pode sorrir...
Olha como ela sabe ser linda...
Como é bonita a mulher que
Mora naquele corpo ali...