sábado, 28 de abril de 2007

MULHER...PRA SER FELIZ!




Mulher...Pra Ser Feliz...
Não te desejo mais do que ser-te distante,
Indiferente, ausente...
Para que as tuas falas se percam
Nos meus ouvidos sem eco...
Porque de tanto te amar
Já perdi a dose de me amar
Como mereço...
Não desejo que no meu rosto
Derramem-se lágrimas
Mais do que aquelas que já derramei,
Mesmo em sorrisos...
Não quero meias palavras
Nem meias verdades
Já não preciso...
Para o teu aceno cerrei meu olhar...
Porque de tanto ver-te em tudo
Sem que estivesses lá,
Cansei a retina, perdi o juízo...
Já não quero gargalhar
Sob o eco do teu riso...
Nem rir da mesma piada de antes...
Porque de imaginar, eu já vivi,
Era preciso,
Mas perdeu a graça ser tão só,
A todo instante...
E não quero que suponhas
Haja mágoa, ou mau nenhum nisso...
Não quero sofrer mais do que vem de ti
Silêncio constante...
Ou carinho impreciso...
Prefiro ser meu próprio corcel
O fiel de minha balança...
Quero que venha de mim
O som mais lindo...
Que a nota brote pura
Da garganta...
Não quero que seja a tua a voz
Que me encanta...
Pois de pouco ouvi-la esqueci o timbre...
Mas descobri um belo som
Do meu corpo que canta,
Do espelho que me olha profundo
E diz:
És mulher. Levanta!
Sê Feliz!


sexta-feira, 27 de abril de 2007

PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DE AMOR...





PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DE AMOR...

Às vezes o corpo quer e alma não sente...
Às vezes se mente porque a alma queria e o corpo diz não...
Às vezes o sonho não se encaixa com a vida lá fora
Às vezes se quer e não se tem nada...
Outras vezes o amor vai embora, não pede licença
Deixa vazia a estrada e a vida sem brilho,
Outras se descobre que não se perde o que não se tem...
E tantas outras é melhor saber-se só sem a ilusão de estar com alguém.
Porque a solidão a dois pode ser maior do que a quatro paredes e um só coração...
Às vezes é preciso sentir tesão e saber-se vivo...
Outras tantas, melhor viver, sofrer, querer,
Do que uma insípida existência morna e vã...
Melhor cair, levantar, crescer...
Melhor subir de quatro, “catar cavaco”
A percorrer o mesmo caminho repetido, sozinho...
Melhor ter “cara pra bater”
E aprender a se esquivar, atacar, defender...
Porque é impossível seguir em frente
Sem ter perdido o ciso, se arrependido...
Amassado o pão sem dar ao diabo,
Pra não faltar aos filhos,
Pra sentir-se alguém, que não apenas passou,
Mas deixou para além do corpo perecível
Um pouco do seu Eu...
Impregnado
Incorruptível
Na fímbria do amor
Que apreendeu e doou...





segunda-feira, 23 de abril de 2007

EM TODOS OS MOMENTOS




EM TODOS OS MOMENTOS...



Nos momentos graves da vida,
Guia-me Deus!
Para que eu não sucumba à vaidade de achar-me auto-suficiente...
Nos momentos cotidianos dá-me serenidade
Para que eu não esbarre em gravetos
E considere-os troncos de árvores...
Nos momentos de tristeza,
Dai-me a certeza de que tudo passa
Na efemeridade da vida...
Quando eu tropeçar,
Que eu não fique a me lamentar porque caí.
Que eu possa olhar melhor a estrada para ver o que não vi...
E quando uma saudade forte bater,
De alguém, ou não sei quê,
Eu me lembre que pelos laços insondáveis do amor,
Estarei perto de quem de mim está ausente
E poderei transpor os liames
Daquilo a que chamamos de morte ou vida!


sábado, 21 de abril de 2007

SOBRE O NOSSO PROCESSO DE DESUMANIDADE







Nos jornais, no ambiente de trabalho, em casa, todos comentam o assassinato terrível (mais um), de 33 pessoas numa Universidade dos EUA, incluindo o autor dos disparos. O assassino e suicida: um jovem estudante Sul-Coreano, de 23 anos, deixou gravado em vídeos e publicou frases em jornais que anunciavam, de certa forma, as suas intenções...
Cada vez mais esse tipo de crime tem destaque nas manchetes dos jornais, para ser “esquecido” e substituído, em curto espaço de tempo, por outros fatos tão ou mais impactantes...
A cabeça gira repleta de perguntas:
O que está acontecendo com a humanidade?
Porque jovens, cheios de vida, usam de tanta crueldade psicológica com aqueles que lhes parecem diferentes?
Porque os educadores permitem que tal comportamento seja tolerado?
O que as famílias estão deixando de fazer?
Em que estamos errando na educação de nossas crianças e jovens?
São tantas as perguntas, que decerto aquele que detivesse ”a fórmula” para exterminar essa ameaça constante, cada vez mais presente, no mundo chamado civilizado, estaria multimilionário ou seria canonizado...
É certo que estados patológicos da mente humana não podem ser negados... Existe a doença mental, que altera a maneira como as pessoas lidam com o outro e as situações conflituosas...
É certo que existem situações externas que detonam nas mentes patologicamente afetadas, reações inconcebíveis...
Mas não podemos atribuir apenas às mentes doentes a existência de casos como esses...
Será que estamos vivendo e, portanto, ensinando as nossas crianças e jovens, os valores do respeito ao ser humano e às diferenças, da compaixão, da gentileza e humanidade no trato, da solidariedade e amor ao próximo?
Será que como Pais, Mães e Educadores não estamos deixando de lado a dimensão espiritual do homem, para cuidar das aquisições que o tempo e a ferrugem consomem?
Com que freqüência nos reunimos para promover a descoberta de nós mesmos e modos de viver em paz e melhor uns com os outros?
Com que freqüência fazemos um exercício de auto-reflexão, como fazia Agostinho, o Filósofo, adiante do seu tempo, quando todas as noites se perguntava, em que tinha errado, ofendido ou deixado de fazer o bem em relação ao seu semelhante ao longo de um único dia?
Cuidamos da higiene do corpo, da alimentação, até mesmo da boa forma física, limpamos a casa, cuidamos das roupas, nos intelectualizamos e desenvolvemos novas tecnologias para usufruto e conforto...
Será que temos o mesmo cuidado com os pensamentos e sentimentos que asilamos no interior de nossa mente e nosso coração?
Será que não há lixo mental a ser jogado fora?
Será que não precisamos plantar árvores perenes de tolerância e amor para limpar nosso ambiente íntimo?
Quantas vezes nos aborrecemos ou irritamos por nada? Ou por puro orgulho e egoísmo por nem tudo ser do jeito que queremos?
Parece que urge educar os sentimentos, estudar a ecologia do SER e promover o nascimento do homem mais humano...
Talvez ainda haja tempo...


segunda-feira, 16 de abril de 2007

Escrevi...Saiu assim ( desafogo?)




Escrevi... Saiu assim...(desafogo?)


Hoje não queria fazer poema não.
Queria deixar fluir o que vai em mim, pelas veias e vias da vida...
Numa tarde quieta...
Nublada. Escurecida...
Quase desmaiando...
Não queria pensar nas palavras...
No que escrever...
Queria me ter...
Ser...
Ir...
Derramar...
Deixar correr sem pressa...
Sem meta pra terminar...
Sem começo pra começar, sem meio...
Sem fim...
Não sei bem o que sou...
Às vezes me vejo estranha...
Como alguém que paira...
Levita sobre si...
Sobre a sua própria vida...
Mas às vezes sou turbilhão...
Arrastada pela corrente pedindo um bote salva vidas- uma vida...
Uma outra vida...
Várias vidas em mim...
Já perguntei um dia: quem me salva de mim, senão eu e Deus?
Não estou nem aí pro verso...
Sou um movimento, sem verso, sem traço, sem linha, sem curva, sem, caminho, sem eu...
Sem tu...
Um eu sozinho...
Movimento reverso...
Avesso?
Retrocesso?Mergulho?
Escuro...
Com os olhos abertos às vezes paro pra olhar a luz de dentro de mim...
Olhos fechados... São várias as cores que se vê no escuro...
Várias...
Ao apertarmos os olhos... Ou ao pressionarmos o globo ocular com os dedos as nuances de luz se diversificam...
Ficam cores outras...
Multiplicam-se encadeadas...
Que estranho... Como a rima vem atrás de mim...!
Vou escrevendo... Não quero rima... Mas ela vai chegando... Como agora...
Aproxima-se...
Que coisa louca essa viagem de letras, de teclas, de movimentos que parecem involuntários!...
Olha, não são pensados...
Eles brotam...
Ou explodem?
Vomitam? Vomitam é forte, né?
Parece corrente turva de tempestade que entope bueiros...
Mas vai amainando à medida que as águas descem...
Deságuam das nuvens no céu...
Assim se derramam no papel letras feito correnteza de rio depois da tempestade... Tromba d’água...
Água.
Lava.
Soturna... Forte e noturna...
Não vem não rima... Não me azucrina... Já disse!
Não quero escrever poema!
Não sei qual título dar...
Não sei se cheguei ao fim...
Não sei se é começo ou meio...
Ta misturado assim...
Rima medonha!
Me persegue!
Me deixa só.
Vai!
Me deixa em mim...

domingo, 15 de abril de 2007

ACREDITAR OU NÃO CRER...




ACREDITAR OU NÃO CRER!

Ah! Se não houvesse mais do que se vê a olho nu...
Ou o que se desvenda nos microscópios potentes...
Ou o que as imagens nucleares exibem sorridentes...
Ou se não houvesse no interior dos fios de cobre
A energia que transforma, alimenta e se consome...
E se não houvesse miríades de cadeias em genomas...
E a vida que se impõe, a luz, a sombra...
E ainda não houvesse os caminhos intermináveis
Onde escorre ávido, vermelho sangue a pulsar...
E ainda se não houvesse o misterioso desejo
De encontrar respostas, desde a tenra idade da humanidade...
Ah! Se não houvesse mentira e verdade,
Se não houvesse enganos e o saber humano fosse soberano!
Se nada disso houvesse, nem a luz, nem o dia,
Nem as estrelas transcendentes, nem a saudade de “um num sei quê”,
Nem a vontade de ir logo, ou de viver...
Se não houvesse um pássaro que canta no seu ninho
Ao romper de um ano novo, e então já não nos sentimos sozinhos...
Se não fosse embora, de repente, o amigo querido que a dor consumiu...
Se não sentíssemos, às vezes, uma tristeza ou a beleza onde ninguém viu...
Ainda assim teria sentido o viver, pelo presente que é poder amar
E ouvir a voz interior que nos diz que há mais por saber!
E mesmo sofrer, sabendo-se capaz de aprender, de mudar a nós mesmos!
Esse é um grande poder! E decidir, cada um por si: acreditar ou não crer!

sábado, 14 de abril de 2007







NÃO ESTAMOS SOZINHOS


Dar amor simplesmente.
Acolher junto ao coração...
Deixar fluir o que há de bom
Só pode trazer alegria e paz...
Nos insondáveis caminhos da mente
É possível viver plenamente,
Mesmo que tudo pareça vazio,
Mesmo que a chuva caia
E chegue a noite com frio,
Mesmo que o sol se vá
E as estrelas se omitam no céu.
Mesmo que haja densa bruma
E intempérie a rugir
Mesmo se sol não surgir de manhã
E vestir de cinza o dia...
Mesmo na mais pungente agonia
Onde a dor não parece ter fim
Ainda assim...
Haverá um novo dia
Um raio de sol fugidio
Uma voz que pode falar-me macio
Um carinho á minha espera...
Os dias mudam.
Mudam-se as eras.
As flores se abrem
A enfeitar os caminhos...
No fundo, no fundo
Jamais estamos sozinhos
Porque há Deus em nós!

segunda-feira, 9 de abril de 2007




Dicotomia
Parte de mim emana o divino e sublime amor...
Parte de mim sorve gota a gota a dor,
Parte de mim perdoa e esquece
E a outra se magoa e entristece...
Parte de mim é doçura, candura, brisa leve,
E a outra é ventania sem calmaria...
Enquanto uma está em vigília a outra adormece...
Sou anjo em estado de graça
E em alguns segundos sou criança de pirraça...
A graça de tudo, é que sinto cada vez mais,
Crescer os momentos de paz
E espaçar aqueles momentos de agonia...
Há doce sintonia pairando no ar a me dizer
Que já sinto o ritmo,
Que estou ensaiando o compasso,
O andamento e a harmonia
E logo saberei cantar lindamente
A canção que vim aprender...

terça-feira, 3 de abril de 2007


Eu amo

Eu amo. E o universo se descortina em luzes cristalinas,
Que se derramam em raios de sol.
E a singela gramínea se alegra
E contamina de verde toda a terra...
Eu amo. E do coração nasce a sementeira divina:
Hortênsias, azaléias, bromélias e a rosa pequenina
Que desabrochou do botão...
Eu amo. E o amor que se derrama da fonte divina,
A todo o universo anima
E faz brotar do chão endurecido,
O alimento, o alento, o canto de esperança
Que alcança a dor e lhe dá cura,
No pão que silencia o lamento da fome,
Na prece que sustenta os homens em suas dores,
No desabrochar de amores que se multiplicam em benesses ...
E por sobre a humanidade descem em cascatas...
E fazem nascer as matas nos corações que eram desertos...
E estejamos certos de que é Deus em nós!

FLORES PRO TEU DIA


FLORES PRO TEU DIA!

Amigo, flores pro teu dia
Mesmo que nem tudo seja
A mais perfeita harmonia...
Sempre há no céu algum tom de azul...
Deixa a borrasca passar
Porque do chão seco
Há de nascer, verdejar
Flores mil, de norte a sul...

Amigo, o amor que se sente
Nunca é em vão
Escuta teu coração
Medita, reflete...
As dores que choramos hoje
Amanhã serão messes...
Nem sempre a paixão tem olhos de ver...

Segue adiante, sem pressa
Há curvas, atalhos e trilhas no caminho
Nunca estarás sozinho...
Deus não quer...

Se a lágrima nubla o teu olhar
Deixa rolar...
Depois sente, com os olhos da alma...
Após a tempestade vem a calma
E teu coração, amigo,
Encontrará abrigo...

O amor está em tudo e está contigo
Quem ama não perde...
Só aprende, supera e ganha
Mais luz, mais força, mais amor
Porque a força que nos conduz
É tamanha!
Que transcende o hoje, o aqui, o agora...
E se faz plena e renovada
À cada manhã!

domingo, 1 de abril de 2007

SERES QUE AMAM


Seres que Amam!

Nem céu nem inferno...
Entre esses dois caminhos habitam os homens...
Às vezes querem amores e não sabem amar...
Choram as suas dores e não sabem consolar...
...Mas sempre tem alguém que “cai” do céu
A nos lembrar que há Deus e homens do bem...
De longe parecem normais...
Não importa a distância em que estejam de nós...
Tocam suas flautas doces...
Ouvem com seus ouvidos especiais
Acham-se até seres simples e comuns
Mas são capazes de toques geniais.
Homens e mulheres olhai!
Eles são como os lírios dos campos úmidos.
Poderiam estar fétidos com o cheiro da lama,
Mas brotam do charco e não sujam as suas vestes
Que parecem sempre luminosas,
Cheirosas e brancas!
Eles dizem, sem palavras,
Que é possível habitar o aparente caos...
Eles seguem em frente...
Navegam em suas naus...
Mas se ventos fortes sopram,
E os navegantes quase naufragam,
Eles se fazem fortes.
Sustentam os ânimos,
Procuram saídas,
Corrigem enganos...
Por mais que não pareçam
São apenas seres humanos
Que amam!