sábado, 26 de maio de 2007

CAETANEANDO...




Caetaneando....
Apoteose na voz...
Em vibratto ou falsete...
Para os ouvidos
Deleite
Em puros sons
Tomaram minha alma refém
E ele vem
Impregnado de quereres...
Tudo é divino
E maravilhoso
O versejar da canção
Em Sampa canta
Amor e paixão...
Canta que a voz
É tanta e tamanha!
Que podem somar
Dois mais dois
E sem mentir dá cinco!
Nos pulsos esquerdos
E em suas veias
Corre o sangue
Dos imortais
A se eternizarem.
E jamais
Serem esquecidos
Na canção
Eu vi um som divino
Plasmar
Cores e amuletos
Versos indomáveis
Cujo efeito
Se sente
No ar...
Eu vi
Um Caetanear
Veemente
A vida se fez
De repente.
O corpo rimou...
A alma tremeu...
Se eu fosse Deus
Cantaria assim!


sexta-feira, 25 de maio de 2007

NUA DANÇA...



NUA DANÇA

A noite desce
Exalando perfume
O corpo treme
Quase em prece
Olhos cerrados,
Peito ofegante
Falares mudos
De mudas línguas
Toques de harpa
Dedilhando sonatas
De tua pele na minha
Reconheces a estrada
Macia e perfumada
Nas curvas te arriscas
Me revolvo...
Me deleito...
Passeios em templos
Quase fechados
Úmidos vales
Perigosas curvas
Estremeço...
Nos montes é tudo deleite
Picos rijos
Breves açoites
Quando passas...
É quase silêncio
Nessa dança nua
Sigo o compasso
Da música tua...
É quase tortura...
Nos montes que desces
É quase explosão
No limiar do céu...
Orvalhado de amor...
Eu sinto o compasso
É quase êxtase
Me entrego
Em teus braços
É quase dor...
Nós somos um só
No impulso
Do amor


domingo, 20 de maio de 2007

MEUS NÓS...


Meus Nós...

Às vezes é tudo escuro
Outras, nem tanto...
Às vezes o sorriso vem solto
Noutras um pranto...
Às vezes a lágrima desce quente
Involuntária...
Feito gotas de chuva morna
Ou em cachoeira...
Não sei explicá-la...

O que fazer dos meus nós?
Como transformá-los em sóis
E brilho de estrelas?
Leio: “Raio de Sol”
O poema desce ao meu peito
Não grito. Mas é forte.
Não tem jeito...
Nesse mundo de humanas
Necessidades
Estamos tão sós!

Caminho com as palavras
Que traçam o meu rumo
Caminho com o carinho
Recebido de graça
Dôo o meu eu
Antes que caia a chuva forte
E interrompa a estrada!

Sonho feito menina
A mesma flor pura
Que nasceu no agreste
Flor quase despedaçada
Flor silvestre
Enfeitando os caminhos
Áridos da vida...

Dos espinhos retirei o mel
Pra adoçar a boca de quem amo
Na noite densa
Eu faço planos
De sobreviver à sorte,
Vencer a lida,
Driblar a morte
Que brinca
De ser vida!

sábado, 19 de maio de 2007

SONHOS...


SONHOS...
Sonhos...Se fosses o meu amor

Eu caminharia estrada afora,

Pisando em flores ou espinhos...

Sorrindo com a chuva e dando a cara ao vento...

Eu passaria pela tormenta a rir...

Rir a mais não poder.

Porque na noite escura estarias...

A me dar a mão e fazer tudo parecer dia...

Eu não viveria a agonia

De sentir um vazio no peito...

Nem de usar de jeitos para deixar

A cama mais amena e macia

Não teria almofadas espalhadas

Tomando o lugar do teu corpo...

De tua falta...

Pra não me aperceber

Da distância que une os fios de nossas almas

E separa o nosso carinho

Que seria inteiro...



Ainda não é janeiro

E por aqui começa um pequeno frio...

O frio não é tanto...

Mas parece neve ou gelo,

Sem aquecedor ou lareira...

Não há música em redor de uma fogueira...

Nem pés cobertos com meias de lã

A aquecer minha alma...

O teu toque sutil me acalma...

Às vezes eu me esqueço quem sou

Faço de conta que sou teu amor...

E que podes sentir o meu cheiro....



Ainda não é janeiro...

O calor ainda não me sufoca.....

Mais eu queria fechar a porta

Do meu quarto de dormir...

Ligar a luminária

Deixar um som baixinho...

Pra não atrapalhar o nosso carinho

Que estaria por vir...

Queria me abandonar nos teus braços...

Eu menina regada a beijos

Acender teu desejo...

Esquecer o mundo

Deixar-me levar sem peias

Sem freios...

Deixar-te viajar nos montes

E montanhas...

Nos vales...

Nos regatos...

Deleitar-te no meu mel

Doce...

Farto feito céu...

Ir contigo junto...

A alturas distantes...

No mesmo compasso

Seguir teu ritmo

Teu andamento...

Tocar a música do coração

Acordes de nós dois...

No nosso instrumento divino...

Ver Deus e ...

Dormir de cansaço...

SE...

Se...

Se a quota de amor que a ti é destinada te parece pequena, comezinha;
Se a dor dessa falta te marca e angustia;
Se aquela atenção necessária e cara ao teu afeto silencia;
Se o carinho que anelas, dos que contigo convivem parece ausente;
Ouve o teu coração mais pausadamente na senda do caminho.
Busca a voz interior que te fala nos refolhos da alma.
Sente a mão que te afaga anônima e calma
E o olhar que te aquece terno e docemente...
É um anjo do céu que te acolhe e abraça.
Enquanto choras as ausências do caminho,
Não ouves a voz que te aconchega à alma,
E a doce magia do Amor Maior que te alcança
Para que te enchas de esperança
E atravesses a estrada!




sexta-feira, 11 de maio de 2007

MÃE... RESPOSTA DE DEUS...


Ainda que digas que não vale à pena,
Que há só desamor em redor...
Ainda que mostres as facetas desumanas,
E que se insurjam contra o direito à vida...
Ainda que haja dor a romper nas madrugadas...
E mesmo que te atordoes com o choro do berço, ou da calçada...
E ainda que por vezes esmoreças mediante a tarefa imensa...
Ainda assim, se guardas amor e ternura...
Se de teus olhos se derrama um olhar sereno...
Se sorris com os sucessos e traquinagens dos pequenos...
Se arranjas forças para permaneceres erguida...
Se há espinhos no caminho das flores...
Então o mundo não é órfão sem destino...
Porque possui os teus amores...
A forjar nas mentes nascentes
A imagem da esperança...
Toda mãe que ama é resposta de Deus,
É prece que aos céus alcança
É luz, é caminho feito de tudo e nada
É bonança em meio à tempestade,
È alegria, é vida perene
Insubmissa Alvorada!

domingo, 6 de maio de 2007

Som...Cheiro Bom...











Som... Cheiro Bom...

“Non rien du rien”
Voz rouca... Exageradamente bonita...
Não é pouca bobagem
Uma voz rouca de mulher
Cavilosa, andrógina...
Feminina...
São notas a se derramar no infinito
Transportam meu grito
Rouco também
Carregado de lágrimas
Que implodi
Na intensa voragem.

De densas cores
Pinta-se a paisagem,
Dantes pequena aldeia
Agora uma vila gigante...
As sombras das árvores avançam
E desenham figuras no chão...

Levam as histórias do meu coração
Pelas trilhas sem fim...
Já me senti assim: ”pobre de mim...”
Misturas de branco e preto...
Tons infinitos de cinza...

Ainda hoje, ao som das notas
Que se espalham e preenchem o dia
As mentes, o ar...
Há cores cinza a rondar...

Mas ouso escutar
Sons azuis, violáceos,
Rosa ou carmim
Que sorriem pra mim
E me dizem assim:
Vive mais!
Sofre menos!
Sorri!
Daqui a pouco jaz no chão inerte...
O que a terra tomará de ti...

Há céu azul em derredor...
Índigo blue
Som de blues ecoam no ar...
Mas é um belo som
Pra dançar...
Solta o quadril
Literalmente feminino
Deixa-te levar...
Um novo som vem vindo...

Lindo e puro,
Como cheiro bom
Do café
Na manhã...

sábado, 5 de maio de 2007

À AMIZADE SEM FRONTEIRAS


À Amizade Sem Fronteiras

Eu vi a ternura se romper com a indiferença
Vi um rio caudaloso de amor desaguar no mar
Vi que às margens do rio
Crescia gramínea tenra
Vi cascatas de pranto a jorrar

Vi que do pântano nascia lírio pequeno
Vi o teu semblante se afastar
Ouvi falas doces e encantamentos
Assisti a tempestade se formar

Sonhei com os olhos teus
Desejo ameno
Mas não ouvi resposta a afirmar
Que o teu amor era meu
E só meu, sonho ingênuo
Vi a tua sombra se afastar...

De onde não esperava
Encontrei alento,
Na voz que ouviu meu coração
Era um amigo bom
Menino bambino, tesouro pequeno
Que também abriu seu coração

Do pó humano
Do fluido divino
É feita a amizade sem fronteiras
Deus não nos desampara
Não creia na asneira
De estarmos sós pelo caminho!

(ao amigo Nino que não gosta de receber muito obrigado)

quarta-feira, 2 de maio de 2007

UM MEIO DE SE CHEGAR A DEUS...


Um meio de se Chegar a Deus
Na essência a humanidade é fragilidade e fortaleza...Levantar e cair pra levantar outra vez...Essa é a métrica e a rima do caminho...Alguns chamam sina, carma, destino...Mas parece um meio de se chegar a Deus...