domingo, 11 de novembro de 2007


OLHOS VERDE-FOLHA SECA...

Que ao pedir-me assim fico de rastros

Não pelo pedido simplesmente...

Mas porque ouço o som da tua voz doce aos meus ouvidos

E sinto-me mais perto de olhos fitos em ti

Pra ouvir-te mais uma vez, nem é pelo sentido do pedido

Mas pela tua voz que me chega aos ouvidos

Feito uma carícia dos deuses

Ah! Mais vida tivesse e pediria um instante mais...

Poder ouvir-te, o que muito me apraz

Mas esse som terno que solfeja o diminuto nome que me destes

E que o meu coração suplica por vezes

Como única messe: ouvir-te, meu amor

Ouvir-te

De além mar vencendo as procelas próprias das águas fundas

De onde a tempestade sempre se espera

Meu amor... Olhar-te nos olhos

Postos em ti assim quase como uma prece

Queria sim perder-me nessa cor de amêndoas doces sem fim

Olhos meus cor de folha seca, que de longe se vêem verdes postos em ti

Mas quando a emoção alcança-os e os umedecem dessa lágrima furtiva

Mais eles brilham em olhos puros de se ver

Porque a alma por eles desce

E ainda que sustenham a lágrima inconteste

Derramam-se deles o amor com que eu te vejo

E desejaria mais que mais me viste

sábado, 3 de novembro de 2007


AS MARÉS DA EMOÇÃO

Há dias de marés tempestuosas, ventos sibilantes, quase sempre sob a camada espessa das convenções sociais...

Há dias de amenas marés, serenas e harmoniosas que dão brilho de paz aos olhos

e deixam a impressão de que a vida é bela...

Há dias vácuos de expectativas...

Eles antecedem e preparam o espírito para acontecimentos imprevistos.

Nesses dias a “estação sai do ar” e entra o programa de “limpeza de tela” adaptando o terreno para o que há de vir...

Há dias alegres e leves que refazem o espírito das lutas cotidianas...

Há dias de hipersensibilidade. Intuição aflorada. Riso e lágrima.

A criatividade transborda e todos os sensores encontram-se aptos a receber e transmitir mensagens.

É senso comum considerar que o ápice do equilíbrio está em manter marés amenas, serenas e harmoniosas. Nesse estado de espírito é como se todos vivessem a usar azul.

Um mundo tranqüilo, igual e talvez entediante...

Mesmo que nos incomodem essas marés emocionais... Como saber da alegria se não vivermos a tristeza? Do gozo sem experimentar o sofrimento? Do bem estar da paz sem as tribulações?

Na dialética da vida aprendemos por meio dos contrastes.