domingo, 30 de dezembro de 2007



HÁ UMA RAZÃO DE SER

Aprender a não te ter...

Aprender a ficar distante

Aprender a não morrer de saudade

Aprender a realidade

Que nos toca

Marca

Limita

Achar saída nos sonhos

Nos momentos fugazes

Nos instantes de risos

Trabalhar corpo e alma

E se preciso for

Buscar além

Um algo mais

Que nos convém

Que nos dá paz!

Sentir que o agora

É passagem

Que há outros caminhos...

Que há universos íntimos

Insondáveis...

Para além do que se vê...

Há uma razão de ser

Há uma razão de se viver

Que transcende a nossa humana compreensão...

Que transcende a nossa míope visão...

Há uma causa grandiosa e perfeita

Como perfeito e imenso é o universo...

Há nexo, no aparente caos...

E se não formos néscios

Ou arrogantes, haveremos de encontrar...

Um sentido, pra ser feliz aqui

O que se pode ser!

domingo, 16 de dezembro de 2007


Seivas

Nos teus braços me derramo

Em carinhos, em ternura...

Tudo fica mais bonito

Multicor se pinta o céu...

Nos beijos teus,

Viajo pra paragens infinitas...

No céu brilham cometas,

Eclode de amores a flor,

Seivas nutrem a vida

A vida plena do amor...

Amor que me dás

Amor que me trás

Tudo o que se pode ter

Tudo o que se pode sonhar...

Se me chamas de amor...

Miríades de sons belos ouço...

Vibra o templo do meu corpo

Ao toque suave do teu...

Minha voz parece um fio

A suplicar ternos beijos

Acende-se a luz dos desejos

Pelos caminhos incógnitos

Que me conduz teu amor...

Chama meu nome e rima

Palavras doces, magia

O nosso amor hoje fia

Tecidos leves ao luar

Não deixa minha flor secar

Sedenta de mais amores

Flores são flores

Há de se mantê-las a regar

Esquece que é noite alta...

Não há nuvens escuras no céu...

Se o dia chegar dá-lhe bom-dia

Depois descansa como criança

No macio do colo meu...

Preparei-te cheiros bons

Essências de ternura

Aromas de carinho, doçuras

Para que durmas e sonhes

Que um anjo do céu te afaga...

E a olhares sua face clara

Descubras que sou eu...

domingo, 11 de novembro de 2007


OLHOS VERDE-FOLHA SECA...

Que ao pedir-me assim fico de rastros

Não pelo pedido simplesmente...

Mas porque ouço o som da tua voz doce aos meus ouvidos

E sinto-me mais perto de olhos fitos em ti

Pra ouvir-te mais uma vez, nem é pelo sentido do pedido

Mas pela tua voz que me chega aos ouvidos

Feito uma carícia dos deuses

Ah! Mais vida tivesse e pediria um instante mais...

Poder ouvir-te, o que muito me apraz

Mas esse som terno que solfeja o diminuto nome que me destes

E que o meu coração suplica por vezes

Como única messe: ouvir-te, meu amor

Ouvir-te

De além mar vencendo as procelas próprias das águas fundas

De onde a tempestade sempre se espera

Meu amor... Olhar-te nos olhos

Postos em ti assim quase como uma prece

Queria sim perder-me nessa cor de amêndoas doces sem fim

Olhos meus cor de folha seca, que de longe se vêem verdes postos em ti

Mas quando a emoção alcança-os e os umedecem dessa lágrima furtiva

Mais eles brilham em olhos puros de se ver

Porque a alma por eles desce

E ainda que sustenham a lágrima inconteste

Derramam-se deles o amor com que eu te vejo

E desejaria mais que mais me viste

sábado, 3 de novembro de 2007


AS MARÉS DA EMOÇÃO

Há dias de marés tempestuosas, ventos sibilantes, quase sempre sob a camada espessa das convenções sociais...

Há dias de amenas marés, serenas e harmoniosas que dão brilho de paz aos olhos

e deixam a impressão de que a vida é bela...

Há dias vácuos de expectativas...

Eles antecedem e preparam o espírito para acontecimentos imprevistos.

Nesses dias a “estação sai do ar” e entra o programa de “limpeza de tela” adaptando o terreno para o que há de vir...

Há dias alegres e leves que refazem o espírito das lutas cotidianas...

Há dias de hipersensibilidade. Intuição aflorada. Riso e lágrima.

A criatividade transborda e todos os sensores encontram-se aptos a receber e transmitir mensagens.

É senso comum considerar que o ápice do equilíbrio está em manter marés amenas, serenas e harmoniosas. Nesse estado de espírito é como se todos vivessem a usar azul.

Um mundo tranqüilo, igual e talvez entediante...

Mesmo que nos incomodem essas marés emocionais... Como saber da alegria se não vivermos a tristeza? Do gozo sem experimentar o sofrimento? Do bem estar da paz sem as tribulações?

Na dialética da vida aprendemos por meio dos contrastes.

sábado, 20 de outubro de 2007

RODAMOINHO



Rodamoinho, roda vida

Que o amor tem pressa

Aquela conversa

A vida parou

Os ponteiros

Meu relógio entortou

Queria que fosse cedo

E já é madrugada!

A hora não passa...

Ou passa tão depressa!

Ora essa! Perdi o bonde!

O metrô perdi...

O trem levou meu amor

Pra longe...

Lá tem cheiros bons

De amor, de peras!

Flores de macieiras lindas!

Seria tão bom vê-las,

Colhê-las, comê-las

Adoçar a boca

Nesse doce mel...

Dá-me agora,

Tempo que sobra,

Um céu!

Pintado de estrelas

Dá-me asas

P’reu viajar nelas

De carona

Em um cometa...

Num piscar de olhos

Veria campos lindos,

E todas as cores

Nos olhos doces do meu amor!

Sabes tempo ingrato,

Se te fizeres chato,

Se não cooperares,

Se me prenderes aqui,

Se não me deixares sair,

Se te fizeres algoz

Juro-te: hás de sofrer sem dó!

Hás de envelhecer

Enquanto ainda que não queiras,

Encontrar-nos-emos a sós

Pois não possuis a arma possante

Do amor que há em nós

ETERNAMENTE



Que dos espaços vazios carecem as palavras

Para romperem o abismo do silêncio

Que das pausas carece a música

Para traduzir nos sons os sentimentos

Que de quem nos ame carece a alma

Pra não chorar lágrimas ao vento

Que nem só de amor - paixão se faz a vida

Para não se fazer lamento...

Que toda dor há de se transmutar

Em amor em plenitude...

Para elevar o ser e frutos semear

Em terra de se colher...

Que, por mais poderoso um homem seja,

Ainda necessita quem o ajude...

E ainda nos estertores da vida

A vida vence sempre com mais vida...

Além da vida, num tempo desconhecido,

Marcado pelo que se é e pelo que se sente,

Pelo amor que se desenvolveu internamente

Pelos laços insondáveis que nos une uns aos outros

Quiçá eternamente!

domingo, 7 de outubro de 2007

Sobre o Nosso Sentimento de Humanidade ou Ecologia do Ser



Somos mais que a pequenez de nossos corpos perecíveis...

E se fizermos valer a vida para a qual viemos...

Se não quedarmos sob a tutela do orgulho e egoísmo que se contrapõe à generosidade em nós latente...

E se usarmos a nossa porção de tolerância e colocarmos sob controle a vaidade que nos reduz...

Então faremos jus à finalidade para a qual nascemos: ser homens e mulheres a construir a plenitude de nossa humanidade na convivência desafiadora e estreita com as nossas limitações e potencialidades e as de quem conosco caminha...

Nessa relação, nossa humanidade, além de revelar-se pelas fragilidades também o faz pelas virtudes embrionárias e outras em pleno crescimento...

Mais do que a fé ou a oração ditada por um movimento de lábios, a nossa conexão com o criador se dá pelo silêncio ante as limitações de nossos pares ou pela discreta aceitação de suas falhas, quando a mediocridade recomendaria alardear o gesto infeliz ou tropeço alheio...

Muitos nos intitulamos filhos de Deus e o somos, mas poucos de nós nos revelamos por meio da atitude essa filiação divina...

A fé manifestada pelos ritos públicos, onde o corpo parece estar mais presente do que o espírito, onde a forma sobrepõe-se ao conteúdo, assemelham-se as mais antigas práticas conhecidas como farisaicas...

A espiritualidade, que não carece de testemunhas, é bem mais escassa em nossa atitude privada nos âmbitos pessoais, profissionais e sociais, onde o único juiz consiste na consciência, centelha divina em nós...

A terra necessita de uma atmosfera mais limpa, não apenas dos miasmas deletérios provocados pela poluição e o mau uso dos recursos naturais, mas principalmente, de mentes e corações oxigenados por pensamentos de amor, justiça, tolerância e perdão...

Estamos mergulhados nos fluidos de nossas próprias criações mentais quase sempre alheios ao princípio básico de fazer e desejar aos outros o que queremos para nós mesmos...

Assim, urge começar a reciclagem de pensamentos, sentimentos, emoções de modo a gerar uma qualidade renovada de boas vibrações com as quais todos nos beneficiaremos...

Nesse tempo em que o planeta pede socorro e dá sinais das suas chagas expostas é preciso pensar em todas as alternativas que fariam modificar o status quo indo à matriz, a causa primária, de todas as nossas mazelas.

Esta encontrar-se-á no exame minucioso e honesto dos nossos princípios, valores e crenças, que sustentam nossos sentimentos, pensamentos e ações...

Uma provável solução deparar-se-á na direção diametralmente oposta àquela em que trilhamos até então, onde o ser humano se reduziu mediante o egoísmo, o orgulho, a vaidade e a ganância, à busca de poder de qualquer natureza( econômico ou político) transformando-o num deus, diante do qual se fez genuflexo e subserviente.

A esperança viceja, pois, quando nos apercebemos do sofrimento produzido à sombra desse modelo social fracassado, onde quase todos portam-se como meros consumidores...

sábado, 15 de setembro de 2007

ACOSTUMAMOS?





Acostumamos? Será?
Diz-se do Brasil: um povo pacífico...
Um povo alegre e feliz...
Será que acostumamos com a bandalheira?
Será que já não somos assim tão boa gente?
Será que não nos incomoda mais o vergonhoso papel que tem feito os nossos representantes no Senado ou Congresso?
A última ação do Senado coroou com os louros da vergonha o nosso país e a nossa gente trabalhadora e sofrida...
“Que país esse?” Dizia a música do talentoso Renato Russo...
Quais as provas que seriam necessárias para que Renan Calheiros tivesse o seu mandato cassado?
Um vídeo filmando o dinheiro do lobista sendo entregue a ex-amante?
A cena dos bois sendo “vendidos” a “laranjas” com legendas e créditos?
Que provas foram apresentadas da inocência de “Sua Excelência” Renan Calheiros?
Será que a nossa boa índole, enquanto povo, servirá ainda por décadas de aval aos interesses escusos dos políticos do Brasil?
Quando despertaremos do berço esplendido de nossa passividade?
Precisamos mostrar o nosso repúdio com relação a essa decisão do Senado em absolver um corrupto de grande porte... De grande porte como o gado que vende, de grande porte como a conta bancária que detém, de grande porte como o dinheiro que sonega e os ilícitos que comete concorrendo para o aumento da injustiça que permeia o país!
Como disse René Descartes;” Penso, logo existo”. Dizemos nós parafraseando-o: Indigno-me e manifesto minha indignação, logo, sou Cidadão!
Quando faremos valer a nossa Cidadania?
Até quando deitaremos no berço esplêndido de nossa passividade?
Utilizando as admoestações contidas na Bíblia, talvez diria Jesus, se vivesse nos dias de hoje, em tom profético:
Brasileiros, despertai!

domingo, 26 de agosto de 2007




PÁTRIA AMADA


ISMAEL SE REUNIU

NO INFINITO AZUL ANIL,

SOB A ÉGIDE DE JESUS.

ERA IMENSA A CLARIDADE,

E O ESPÍRITO DE VERDADE

REFULGIA EM PLENA LUZ!

AVISTOU-SE UM CONTINENTE,

DE NASCENTES CRISTALINAS,

VERDES MATAS, FLORES LINDAS

DE BELEZA TROPICAL!

ERA UMA TERRA DE EXPRESSÃO,

EM FORMA DE CORAÇÃO,

EMANAVA LUZ E PAZ...

ESSA TERRA ABENÇOADA,

SERIA ENTÃO A MORADA,

DE ESPÍRITOS DE ESCOL.

ESSA TERRA, MÃE GENTIL,

PÁTRIA AMADA, MEU BRASIL,

A NAÇÃO DE TODOS NÓS!

ACORDA PARA ESSA NOVA ERA!

JÁ SE PASSARAM PRIMAVERAS,

ERGUE A VOZ COM O CORAÇÃO!

AGE AGORA, SEM DEMORA,

É CHEGADA A BOA HORA

DESSA FÉ FRUTIFICAR,

E DA ESPERANÇA CRIAR

NOVOS FRUTOS, NOVA GLEBA

PRA ALIMENTAR TODA A TERRA,

CANTANDO UMA SÓ CANÇÃO,

UNIDOS NUM SÓ CORAÇÃO

ONDE O AMOR VENCEU A TREVA!

domingo, 12 de agosto de 2007


PÉTALAS

As pétalas do meu ser enviei.
Foram escolhidas, perfumadas,
Suaves rosas, delicadas...
Saíram de mim mansamente,
Como quando se doa algo que,
Pode ser precioso, mas não se sente...
Saíram indolores, como gotas d’água da fonte.
Saíram puras, genuínas, verdadeiras.
Eram gotas do meu ser,
Não eram as primeiras...
Contei que elas regassem,
Um milímetro de terreno.
Que uma vergôntea que fosse,
Daquelas pétalas nascessem,
Pequenina, mimosa, mas cheia de vida!
Da vida que eu doei quando
Enviei aquelas pétalas de rosas...
Ledo engano, que sói acontecer
Às crianças imaturas!
Os terrenos, às vezes, são rochas duras
Que os homens esqueceram de cuidar.
E mesmo aqueles de “aparências belas”,
São rochas, nada mais,
Envolvidos numa crosta!

quinta-feira, 26 de julho de 2007

COLHE-ME


Colhe-me como uma flor
Com beijos...
Acolhe-me no teu regaço
Sou simples e bela
Como um pedaço de luar...
Sou gota cristalina de orvalho...
Deixa-me molhar teus lábios
Com meu néctar de céu
Colhe-me como um beija-flor
Que suga o mel doce
Com carinho e com certeza...
Bate tuas asas só pra colher
O que em mim é sabor...
Olha amor, com que cores lindas
Eu me enfeito...
Sente o perfume que se derrama
E emana de cada pétala...
Nessas vestes macias
Pele branquinha,
Feito chão de estrelas,
Podes dormir o sono bom
Que vem depois do amor
Colhe-me o beijo
Doce ou de desejo
Que eu te dou...
Sou flor que se orvalha
Quando pousas em mim
Há tanta essência
Que de mim exala
Quando recebo em dobro a paga
De te amar assim!

sábado, 14 de julho de 2007

DEIXA....


Deixa...

O riso solto de ontem,
Nesse agora feneceu...
Dores do corpo, dores da vida...
Prenuncio de despedida entre tu e eu?....
Hoje quero deitar-me no teu colo...
Só peço-te que me afagues...
Não queiras ardentes carícias...
Deixa que minha mão deslize
Suavemente
Em tua pele amada
Quero ver teu rosto num sorriso
Quero saber-te de olhos fechados...
A lembrar que gostamos de ternura...
Que somos carentes humanos...
Deixa que nosso encontro seja
A mais singela leveza...
Falemos da lua, do sol
Da beleza que há em nós
Que reluz também no mundo afora.
Deixa que a aurora nos desperte
Nesse enleio, abraçados...
Quero sentir-te ao meu lado
Ouvir o teu coração bater...
Deixa chegar o dia e entardecer
E depois a noite reinar...
Quero ver-te o rosto lindo,
Iluminado ao luar...
Olhar o céu calmamente
E ver o manto de estrelas
Deixar que o vento travesso
Despenteie-me os cabelos...
Mais tarde de tanto amor “ternurento”
Descansados...
Poderemos acender a chama
Do desejo e enamorados,
Sem conter os sentimentos,
Sem pensar no que não dá
Sem negar o que nós somos
Nada possa impedir
De nos dizer “eu te amo”
Pra então deixar fluir
Por mares nunca dantes navegados
A paixão contagiante
Dos amantes-namorados!


quinta-feira, 5 de julho de 2007

VESTIDA DE ÉTER


Vestida de Éter
A ti vou dizer uma coisa
Não estranhe a rima
Ou a pobre fala minha...
Não estranhe...
Queria bem me vestir de lua
E caminhar branquinha
Serena e nua,
Vestida de éter pela rua
Tranqüila e sozinha...
Não olharia dos lados
Pra averiguar olhos deslumbrados
Ou expressões de espanto...
Andaria assim...
De bem comigo
Até cansar os pés
E a mente desfazer os nós...
Ah! Nem me pergunte por que o faria
Na noite iluminada de lua
Eu nua na rua
Quase vazia...
Talvez cansei de apetrechos
Não sou boa em jogos
Falta-me a malícia de berço...
Quero ver se aprendo a estrada
Pra não tropeçar na mesma pedra
E ficar ralada...
Talvez tenha que ir e vir
Pra aprender o que dói em mim
E me esquivar...
Pois não se precisa romper
Com o corpo
As pedras do caminho...
Quero caminhar nua a dizer...
Olha: no fundo somos iguais...
Seios que dão mel
Olhos e boca,
Metade de um céu
Sem estrelas
Pernas rosadas
Pés no chão...
Acho os meus lindos
A caminhar pela estrada
E combinam com as mãos...
Olha a moça que passa
Espia com que graça caminha...
Pode chorar, pode sorrir...
Olha como ela sabe ser linda...
Como é bonita a mulher que
Mora naquele corpo ali...

sexta-feira, 29 de junho de 2007

HOJE É UM GRANDE DIA




Hoje é um Grande Dia!

Viver é bom...
Amar é bom...
E a vida não é somente um “vale de lágrimas”....
Há gratas surpresas no caminho...
Ternos encontros...
Doces emoções...
Nenhuma dança do eu sozinho...
Só é preciso sintonizar a faixa certa...
E deixar a música fluir...
Tem canal para todos os gostos.
Música para todos os momentos...
E ritmos para todas as idades...
É só sentir o coração pulsar...
O ritmo se descobre ao dançar...
Então o corpo agradece
E se faz a dança...
Dança pra extravasar
Dança pra relaxar...
Dança pra convidar
A dançar juntinho...
Dança do corpo
Dança da alma
Ritmo da vida
Que avisa:
Não perca hora!
Hoje é sim um grande dia!


domingo, 24 de junho de 2007

Quando... Vale o Sonho!


Quando...Vale o sonho!

Quando os sinos soarem
A hora da Ave-maria,
Quando a noite virar dia
E o céu se encher de cor,
Quando o rancor for extirpado
E nenhum coração padecer
Sozinho e abandonado,
Quando na terra florescer
Corações apaixonados,
Quando não mais se ouvir
Grito de cólera a bramir,
Quando nenhum ser vivo for
Injustamente julgado,
Quando o homem houver
As ofensas perdoado,
Quando a fome não ceifar
Vidas pra todo lado
E o céu não se nublar
Dos detritos malsinados
Jogados pela inconsciência
De seres desnaturados...
Quando o som que se ouvir
For de riso desdobrado
E a paz for regra geral
Para brancos e mulatos...
Quando em tudo tiver
Amor e bons cuidados...
Nossa terra será então
De planeta de expiação
Planeta regenerado,
Onde o Bem supera o mal
Numa harmonia geral!
Tudo parece sonho,
Irão dizer, eu suponho,
Mas quem faz o mundo assim
Pra você e para mim,
São homens, meninos,
Mulheres...
Que pensam
Amam ou ferem...
Porque não pensar então
Que é possível ao homem são
Renovar o seu caminho?
Cada um faz um pouquinho
No lar, no trabalho,
Na praça ou no mercado
Na praia ou no campinho
E quem pensava ser só
Pouca coisa, bocadinho
Não mais grita sem eco,
Vida nova, rumo certo
Já mudou o seu mundinho!










sábado, 26 de maio de 2007

CAETANEANDO...




Caetaneando....
Apoteose na voz...
Em vibratto ou falsete...
Para os ouvidos
Deleite
Em puros sons
Tomaram minha alma refém
E ele vem
Impregnado de quereres...
Tudo é divino
E maravilhoso
O versejar da canção
Em Sampa canta
Amor e paixão...
Canta que a voz
É tanta e tamanha!
Que podem somar
Dois mais dois
E sem mentir dá cinco!
Nos pulsos esquerdos
E em suas veias
Corre o sangue
Dos imortais
A se eternizarem.
E jamais
Serem esquecidos
Na canção
Eu vi um som divino
Plasmar
Cores e amuletos
Versos indomáveis
Cujo efeito
Se sente
No ar...
Eu vi
Um Caetanear
Veemente
A vida se fez
De repente.
O corpo rimou...
A alma tremeu...
Se eu fosse Deus
Cantaria assim!


sexta-feira, 25 de maio de 2007

NUA DANÇA...



NUA DANÇA

A noite desce
Exalando perfume
O corpo treme
Quase em prece
Olhos cerrados,
Peito ofegante
Falares mudos
De mudas línguas
Toques de harpa
Dedilhando sonatas
De tua pele na minha
Reconheces a estrada
Macia e perfumada
Nas curvas te arriscas
Me revolvo...
Me deleito...
Passeios em templos
Quase fechados
Úmidos vales
Perigosas curvas
Estremeço...
Nos montes é tudo deleite
Picos rijos
Breves açoites
Quando passas...
É quase silêncio
Nessa dança nua
Sigo o compasso
Da música tua...
É quase tortura...
Nos montes que desces
É quase explosão
No limiar do céu...
Orvalhado de amor...
Eu sinto o compasso
É quase êxtase
Me entrego
Em teus braços
É quase dor...
Nós somos um só
No impulso
Do amor


domingo, 20 de maio de 2007

MEUS NÓS...


Meus Nós...

Às vezes é tudo escuro
Outras, nem tanto...
Às vezes o sorriso vem solto
Noutras um pranto...
Às vezes a lágrima desce quente
Involuntária...
Feito gotas de chuva morna
Ou em cachoeira...
Não sei explicá-la...

O que fazer dos meus nós?
Como transformá-los em sóis
E brilho de estrelas?
Leio: “Raio de Sol”
O poema desce ao meu peito
Não grito. Mas é forte.
Não tem jeito...
Nesse mundo de humanas
Necessidades
Estamos tão sós!

Caminho com as palavras
Que traçam o meu rumo
Caminho com o carinho
Recebido de graça
Dôo o meu eu
Antes que caia a chuva forte
E interrompa a estrada!

Sonho feito menina
A mesma flor pura
Que nasceu no agreste
Flor quase despedaçada
Flor silvestre
Enfeitando os caminhos
Áridos da vida...

Dos espinhos retirei o mel
Pra adoçar a boca de quem amo
Na noite densa
Eu faço planos
De sobreviver à sorte,
Vencer a lida,
Driblar a morte
Que brinca
De ser vida!

sábado, 19 de maio de 2007

SONHOS...


SONHOS...
Sonhos...Se fosses o meu amor

Eu caminharia estrada afora,

Pisando em flores ou espinhos...

Sorrindo com a chuva e dando a cara ao vento...

Eu passaria pela tormenta a rir...

Rir a mais não poder.

Porque na noite escura estarias...

A me dar a mão e fazer tudo parecer dia...

Eu não viveria a agonia

De sentir um vazio no peito...

Nem de usar de jeitos para deixar

A cama mais amena e macia

Não teria almofadas espalhadas

Tomando o lugar do teu corpo...

De tua falta...

Pra não me aperceber

Da distância que une os fios de nossas almas

E separa o nosso carinho

Que seria inteiro...



Ainda não é janeiro

E por aqui começa um pequeno frio...

O frio não é tanto...

Mas parece neve ou gelo,

Sem aquecedor ou lareira...

Não há música em redor de uma fogueira...

Nem pés cobertos com meias de lã

A aquecer minha alma...

O teu toque sutil me acalma...

Às vezes eu me esqueço quem sou

Faço de conta que sou teu amor...

E que podes sentir o meu cheiro....



Ainda não é janeiro...

O calor ainda não me sufoca.....

Mais eu queria fechar a porta

Do meu quarto de dormir...

Ligar a luminária

Deixar um som baixinho...

Pra não atrapalhar o nosso carinho

Que estaria por vir...

Queria me abandonar nos teus braços...

Eu menina regada a beijos

Acender teu desejo...

Esquecer o mundo

Deixar-me levar sem peias

Sem freios...

Deixar-te viajar nos montes

E montanhas...

Nos vales...

Nos regatos...

Deleitar-te no meu mel

Doce...

Farto feito céu...

Ir contigo junto...

A alturas distantes...

No mesmo compasso

Seguir teu ritmo

Teu andamento...

Tocar a música do coração

Acordes de nós dois...

No nosso instrumento divino...

Ver Deus e ...

Dormir de cansaço...

SE...

Se...

Se a quota de amor que a ti é destinada te parece pequena, comezinha;
Se a dor dessa falta te marca e angustia;
Se aquela atenção necessária e cara ao teu afeto silencia;
Se o carinho que anelas, dos que contigo convivem parece ausente;
Ouve o teu coração mais pausadamente na senda do caminho.
Busca a voz interior que te fala nos refolhos da alma.
Sente a mão que te afaga anônima e calma
E o olhar que te aquece terno e docemente...
É um anjo do céu que te acolhe e abraça.
Enquanto choras as ausências do caminho,
Não ouves a voz que te aconchega à alma,
E a doce magia do Amor Maior que te alcança
Para que te enchas de esperança
E atravesses a estrada!




sexta-feira, 11 de maio de 2007

MÃE... RESPOSTA DE DEUS...


Ainda que digas que não vale à pena,
Que há só desamor em redor...
Ainda que mostres as facetas desumanas,
E que se insurjam contra o direito à vida...
Ainda que haja dor a romper nas madrugadas...
E mesmo que te atordoes com o choro do berço, ou da calçada...
E ainda que por vezes esmoreças mediante a tarefa imensa...
Ainda assim, se guardas amor e ternura...
Se de teus olhos se derrama um olhar sereno...
Se sorris com os sucessos e traquinagens dos pequenos...
Se arranjas forças para permaneceres erguida...
Se há espinhos no caminho das flores...
Então o mundo não é órfão sem destino...
Porque possui os teus amores...
A forjar nas mentes nascentes
A imagem da esperança...
Toda mãe que ama é resposta de Deus,
É prece que aos céus alcança
É luz, é caminho feito de tudo e nada
É bonança em meio à tempestade,
È alegria, é vida perene
Insubmissa Alvorada!