quinta-feira, 5 de julho de 2007

VESTIDA DE ÉTER


Vestida de Éter
A ti vou dizer uma coisa
Não estranhe a rima
Ou a pobre fala minha...
Não estranhe...
Queria bem me vestir de lua
E caminhar branquinha
Serena e nua,
Vestida de éter pela rua
Tranqüila e sozinha...
Não olharia dos lados
Pra averiguar olhos deslumbrados
Ou expressões de espanto...
Andaria assim...
De bem comigo
Até cansar os pés
E a mente desfazer os nós...
Ah! Nem me pergunte por que o faria
Na noite iluminada de lua
Eu nua na rua
Quase vazia...
Talvez cansei de apetrechos
Não sou boa em jogos
Falta-me a malícia de berço...
Quero ver se aprendo a estrada
Pra não tropeçar na mesma pedra
E ficar ralada...
Talvez tenha que ir e vir
Pra aprender o que dói em mim
E me esquivar...
Pois não se precisa romper
Com o corpo
As pedras do caminho...
Quero caminhar nua a dizer...
Olha: no fundo somos iguais...
Seios que dão mel
Olhos e boca,
Metade de um céu
Sem estrelas
Pernas rosadas
Pés no chão...
Acho os meus lindos
A caminhar pela estrada
E combinam com as mãos...
Olha a moça que passa
Espia com que graça caminha...
Pode chorar, pode sorrir...
Olha como ela sabe ser linda...
Como é bonita a mulher que
Mora naquele corpo ali...

Um comentário:

Suellen Vasconcelis disse...

Simplesmente Lindo!
Lindo e corajoso o poema. Mais uma vez me enche de orgulho e adimiração.
Um beijo da sua filha que te ama muito.