sábado, 21 de abril de 2007

SOBRE O NOSSO PROCESSO DE DESUMANIDADE







Nos jornais, no ambiente de trabalho, em casa, todos comentam o assassinato terrível (mais um), de 33 pessoas numa Universidade dos EUA, incluindo o autor dos disparos. O assassino e suicida: um jovem estudante Sul-Coreano, de 23 anos, deixou gravado em vídeos e publicou frases em jornais que anunciavam, de certa forma, as suas intenções...
Cada vez mais esse tipo de crime tem destaque nas manchetes dos jornais, para ser “esquecido” e substituído, em curto espaço de tempo, por outros fatos tão ou mais impactantes...
A cabeça gira repleta de perguntas:
O que está acontecendo com a humanidade?
Porque jovens, cheios de vida, usam de tanta crueldade psicológica com aqueles que lhes parecem diferentes?
Porque os educadores permitem que tal comportamento seja tolerado?
O que as famílias estão deixando de fazer?
Em que estamos errando na educação de nossas crianças e jovens?
São tantas as perguntas, que decerto aquele que detivesse ”a fórmula” para exterminar essa ameaça constante, cada vez mais presente, no mundo chamado civilizado, estaria multimilionário ou seria canonizado...
É certo que estados patológicos da mente humana não podem ser negados... Existe a doença mental, que altera a maneira como as pessoas lidam com o outro e as situações conflituosas...
É certo que existem situações externas que detonam nas mentes patologicamente afetadas, reações inconcebíveis...
Mas não podemos atribuir apenas às mentes doentes a existência de casos como esses...
Será que estamos vivendo e, portanto, ensinando as nossas crianças e jovens, os valores do respeito ao ser humano e às diferenças, da compaixão, da gentileza e humanidade no trato, da solidariedade e amor ao próximo?
Será que como Pais, Mães e Educadores não estamos deixando de lado a dimensão espiritual do homem, para cuidar das aquisições que o tempo e a ferrugem consomem?
Com que freqüência nos reunimos para promover a descoberta de nós mesmos e modos de viver em paz e melhor uns com os outros?
Com que freqüência fazemos um exercício de auto-reflexão, como fazia Agostinho, o Filósofo, adiante do seu tempo, quando todas as noites se perguntava, em que tinha errado, ofendido ou deixado de fazer o bem em relação ao seu semelhante ao longo de um único dia?
Cuidamos da higiene do corpo, da alimentação, até mesmo da boa forma física, limpamos a casa, cuidamos das roupas, nos intelectualizamos e desenvolvemos novas tecnologias para usufruto e conforto...
Será que temos o mesmo cuidado com os pensamentos e sentimentos que asilamos no interior de nossa mente e nosso coração?
Será que não há lixo mental a ser jogado fora?
Será que não precisamos plantar árvores perenes de tolerância e amor para limpar nosso ambiente íntimo?
Quantas vezes nos aborrecemos ou irritamos por nada? Ou por puro orgulho e egoísmo por nem tudo ser do jeito que queremos?
Parece que urge educar os sentimentos, estudar a ecologia do SER e promover o nascimento do homem mais humano...
Talvez ainda haja tempo...


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