domingo, 15 de abril de 2007

ACREDITAR OU NÃO CRER...




ACREDITAR OU NÃO CRER!

Ah! Se não houvesse mais do que se vê a olho nu...
Ou o que se desvenda nos microscópios potentes...
Ou o que as imagens nucleares exibem sorridentes...
Ou se não houvesse no interior dos fios de cobre
A energia que transforma, alimenta e se consome...
E se não houvesse miríades de cadeias em genomas...
E a vida que se impõe, a luz, a sombra...
E ainda não houvesse os caminhos intermináveis
Onde escorre ávido, vermelho sangue a pulsar...
E ainda se não houvesse o misterioso desejo
De encontrar respostas, desde a tenra idade da humanidade...
Ah! Se não houvesse mentira e verdade,
Se não houvesse enganos e o saber humano fosse soberano!
Se nada disso houvesse, nem a luz, nem o dia,
Nem as estrelas transcendentes, nem a saudade de “um num sei quê”,
Nem a vontade de ir logo, ou de viver...
Se não houvesse um pássaro que canta no seu ninho
Ao romper de um ano novo, e então já não nos sentimos sozinhos...
Se não fosse embora, de repente, o amigo querido que a dor consumiu...
Se não sentíssemos, às vezes, uma tristeza ou a beleza onde ninguém viu...
Ainda assim teria sentido o viver, pelo presente que é poder amar
E ouvir a voz interior que nos diz que há mais por saber!
E mesmo sofrer, sabendo-se capaz de aprender, de mudar a nós mesmos!
Esse é um grande poder! E decidir, cada um por si: acreditar ou não crer!

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