sexta-feira, 18 de janeiro de 2008


(Imagem: Navio Negreiro-Rugendas)

Ventos Negros

Um globo inclinado

Num eixo imaginário

Se equilibra

Águas profundas, mares,

Ligam o mundo.

Pelos ventos

Navios criaram destinos

E em suas rotas-águas

Ligaram vidas

Para uns a saída

Para outros, naufrágio.

Negros suores

Deixaram o mar mais salgado

E seus sorrisos se apagaram de banzo

Mãe África impotente

Não os podia ouvir

Porque as correntes

Abafavam os seus prantos...

Ao longe depois

Os tambores soavam

Pra levar suas vozes mais além

E ao morrer de dores e maus tratos

Via-se um brilho nos olhos

Um sorriso nos lábios

Ali encontravam o portal

De enfim à terra volver

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