sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Terna e Delicadamente




Orgulho não crê

Que pode haver algo mais.

Vaidade não vê

A cegueira apraz.

Oh! Deuses profanos

Porque fizestes

Dos humanos

Só noite, só cais?

Ouvem-se vozes

Nos altiplanos

Que a simplicidade

Modela.

Doces vozes

Vozes belas

Discretamente

Sussurrando...

Perdestes os ouvidos

Dos simples

Caíste no limbo

Nivelado

Nada como as dores

Futuras

Pra lembrarem erros

Passados

O amor ama a modéstia

Não acica desatinos

O amor é um menino

Que sopra as velas da festa

Não espalha desavença

Não se alegra em intriga

Não cede a provocações

Mesquinhas

Não odeia

Não joga

Não briga

Só é luz e alegria

E quando não pode plantar

Roseiras em algum lugar

Deixa vir a primavera

Num sopro de luz e de cor

Para então florir o amor

E espalhar a semente

Terna e delicadamente

Um comentário:

Maria Souza disse...

"Nada como as dores futuras para lembrarem erros passados". Essa frase em si dispensa qualquer comentário. Parabéns!!!