quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Águas Mornas de Chorar




Dia interminável!
Sala de espera de vida afora
Pela janela passa o marasmo
Dia de folga sem folga
Dia de ocaso...
Eu tentei preenchê-lo de emails
Palavras ternas e pedidos
Supliquei a quem se diz amigo
Um retorno, uma palavra
Uma companhia...
Que irônica vida
De fios desconectados
Amor sem fim
Tomada sem cabo
Ai de mim que te amei antes do pc
Antes do cabo de rede
Antes de tudo
Mas depois vieram as agonias
Vozes roucas de chamar
Reticências, frases soltas...
Águas mornas de chorar
Eu queria mesmo amar outra pessoa
E enfim, conectar-me
A um fio de voz
Um raio de luz
Às vezes sou tão só que a alma dói
Às vezes sou feliz
Mas sempre nas sintonias divinais
Na amizade eu sou feliz
Mas parece pouco
Meu caminho insólito
Um olhar mudo
Um corpo que se nega existir
Mas tudo isso é sem esforço,
Sem alvoroço
Parece até natural
Acima do bem e do mal
Ser assim
Tem momentos plenos
E outros serenos
Mas de tanto rolar o dia
Em mim bate a agonia
De sentir amor de corpo
Carinho e colo
De desejar, de querer,
De sair dessa insuspeita natureza
Quase divina
Quase humana
Quase anjo
Quase profana
Nada é completo
Nada
E de resto...
O dia foge
A noite desce
E me leva
E eu vou...

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